PADRÃO POSTURAL DE BAILARINAS CLÁSSICAS
Joseani Paulini Neves Simas
Sebastião Iberes Lopes Melo
RESUMO
O estudo objetiva avaliar a prática do ballet clássico e sua influência sobre o padrão postural e (a) identificar as alterações posturais mais incidentes; (b) determinar o padrão postural; (c) verificar se existe associação do tempo de prática com as alterações posturais. O estudo foi realizado em duas etapas: (1a) descritiva, em que participaram 106 bailarinas; (2a) causal comparativa, em que participaram 50 bailarinas. Utilizaram-se os instrumentos: (a) questionário; (b) tabuleiro quadriculado; (c) ficha de de postura; (d) fita métrica; (e) câmera fotográfica e (f) podoscópio. Utilizaram-se a estatística descritiva e a inferencial. Os resultados indicaram alterações posturais mais incidentes como, hiper lordose, ombros desnivelados e tornozelos pronados. O ballet parece ter implicações negativas no desenvolvimento postural, tendo efeito mais evidente na coluna vertebral, tronco e pés. O tempo de prática não serviu de referencial para indicar o aumento de alterações posturais. Conclui-se que o ballet está relacionado às alterações posturais, determinando um padrão postural característico.
Palavras-chave: ballet clássico; postura.
Observações:
Considerando os aspectos abordados, este estudo objetivou avaliar a prática do ballet clássico e sua influência sobre o padrão postural estático em bailarinas com 5 ou mais anos de prática, e, especificamente: (a) identificar as alterações posturais mais incidentes; (b) determinar o padrão postural das bailarinas
clássicas; (c) verificar se existe associação do tempo de prática com as alterações posturais.
clássicas; (c) verificar se existe associação do tempo de prática com as alterações posturais.
Materiais e métodos:
A pesquisa em questão houveram duas etapas a primeira foi uma pesquisa descritiva diagnóstica onde participaram 106 bailarinas com em média 16 anos de idade e 8 anos de prática de forma continua, que praticam 5 vezes por semana em torno de 1 hora e 30 minutos à 2 horas.
Na segunda etapa foi feita uma pesquisa causal comparativa onde participaram 50 bailarinas selecionadas de forma intencional, segundo os propósitos do estudo.
Utilizaram-se os instrumentos de medida:
- Questionário padronizado e auto-aplicável, com estes índices de confiabilidade: clareza de 0,98 e validade de 0,97;
- Tabuleiro quadriculado de Adams et al. (1985);
- Ficha de exame postural estático da Portland State;
- Fita métrica flexível;
- Câmera fotográfica;
- Podoscópio.
Incidência de alterações posturais nas bailarinas clássicas:
- 80% lordose;
- 72% tronco inclinado para trás;
- 68% pernas hiperestendidas;
- 62% leve aumento da curvatura lombar;
- 18% um acentuado aumento da curvatura lombar.
Obs.:A hiperlordose e as suas conseqüências são muito encontradas nos esportes com movimentos e exercícios que tendem a forçar uma posição de arqueamento da coluna dorsolombar e, neste sentido, a hiperlordose desenvolve-se como um resultado de várias repetições de um movimento no treinamento.
Fez-se a análise pela vista posterior e se pode observar que:
Dos 50 sujeitos avaliados nas três vistas, apresentam:
A avaliação postural realizada nas três vistas (lateral, posterior e anterior) revelou que os segmentos mais afetados foram:
Analisando os resultados, verifica-se que não houve associação significativa entre o tempo de prática e o número de alterações posturais. Admite-se que estes resultados devam-se ao fato de que as bailarinas frequentam diferentes academias com metodologias distintas; cada uma possui individualidade biológica, reagindo de maneiras diferentes à sobrecarga de treinamento e, principalmente, que não houve uma estratificação amostral equilibrada para realizar avaliação postural em grupos de pouco, médio e muito tempo de prática, pois muitas das bailarinas convidadas a fazer a avaliação não compareceram.
Fez-se a análise pela vista posterior e se pode observar que:
- 78% desnível dos ombros;
- 58% quadris desnivelados.
- 52% pronação do tornozelo;
- 46% joelhos varos.
Dos 50 sujeitos avaliados nas três vistas, apresentam:
- 80% curvatura lombar alterada;
- 78% com desnível de ombros;
- 72% com inclinação do tronco para trás.
A avaliação postural realizada nas três vistas (lateral, posterior e anterior) revelou que os segmentos mais afetados foram:
- VISTA LATERAL: 80% desvio lordose na coluna vertebral;
- VISTA POSTERIOR: 78% ombros em desnível;
- VISTA ANTERIOR: 64% tornozelos pronados.
- 80% das bailarinas apresentam hiperlordose lombar;
- 72% tronco inclinado para trás;
- 62% cifose cervical.
Analisando os resultados, verifica-se que não houve associação significativa entre o tempo de prática e o número de alterações posturais. Admite-se que estes resultados devam-se ao fato de que as bailarinas frequentam diferentes academias com metodologias distintas; cada uma possui individualidade biológica, reagindo de maneiras diferentes à sobrecarga de treinamento e, principalmente, que não houve uma estratificação amostral equilibrada para realizar avaliação postural em grupos de pouco, médio e muito tempo de prática, pois muitas das bailarinas convidadas a fazer a avaliação não compareceram.
CONCLUSÕES:
- A avaliação postural realizada nas três vistas revelou que as alterações posturais mais incidentes na vista lateral foram a hiperlordose, tronco inclinado para trás e pernas hiperestendidas; na vista posterior, os ombros e quadris desnivelados; e, na vista anterior, os tornozelos pronados e joelhos varos.
- A prática do ballet clássico parece ter implicações negativas no desenvolvimento postural das bailarinas, tendo efeito mais evidente na coluna vertebral (hiperlordose), tronco (ombros desnivelados) e pés (pronados).
- O tempo de prática não serviu como referencial para indicar o aumento no número de alterações posturais e assimetrias nas circunferências de membros inferiores.