sábado, 24 de maio de 2014


PADRÃO POSTURAL DE BAILARINAS CLÁSSICAS

Joseani Paulini Neves Simas
Sebastião Iberes Lopes Melo
RESUMO

O estudo objetiva avaliar a prática do ballet clássico e sua influência sobre o padrão postural e (a) identificar as alterações posturais mais incidentes; (b) determinar o padrão postural; (c) verificar se existe associação do tempo de prática com as alterações posturais. O estudo foi realizado em duas etapas: (1a) descritiva, em que participaram 106 bailarinas; (2a) causal comparativa, em que participaram 50 bailarinas. Utilizaram-se os instrumentos: (a) questionário; (b) tabuleiro quadriculado; (c) ficha de de postura; (d) fita métrica; (e) câmera fotográfica e (f) podoscópio. Utilizaram-se a estatística descritiva e a inferencial. Os resultados indicaram alterações posturais mais incidentes como, hiper lordose, ombros desnivelados e tornozelos pronados. O ballet parece ter implicações negativas no desenvolvimento postural, tendo efeito mais evidente na coluna vertebral, tronco e pés. O tempo de prática não serviu de referencial para indicar o aumento de alterações posturais. Conclui-se que o ballet está relacionado às alterações posturais, determinando um padrão postural característico.

Palavras-chave:
ballet clássico; postura.

Observações: 

Considerando os aspectos abordados, este estudo objetivou avaliar a prática do ballet clássico e sua influência sobre o padrão postural estático em bailarinas com 5 ou mais anos de prática, e, especificamente: (a) identificar as alterações posturais mais incidentes; (b) determinar o padrão postural das bailarinas
clássicas; (c) verificar se existe associação do tempo de prática com as alterações posturais.

Materiais e métodos:

A pesquisa em questão houveram duas etapas a primeira foi uma pesquisa descritiva diagnóstica onde participaram 106 bailarinas com em média 16 anos de idade e 8 anos de prática de forma continua, que praticam 5 vezes por semana em torno de 1 hora e 30 minutos à 2 horas.
Na segunda etapa foi feita uma pesquisa causal comparativa onde participaram 50 bailarinas selecionadas de forma intencional, segundo os propósitos do estudo.
Utilizaram-se os instrumentos de medida:
  • Questionário padronizado e auto-aplicável, com estes índices de confiabilidade: clareza de 0,98 e validade de 0,97;
  • Tabuleiro quadriculado de Adams et al. (1985);
  • Ficha de exame postural estático da Portland State;
  •  Fita métrica flexível;

  • Câmera fotográfica;
  • Podoscópio.
Apresentação dos resultados:

Incidência de alterações posturais nas bailarinas clássicas:

  • 80% lordose;
  • 72% tronco inclinado para trás;
  • 68% pernas hiperestendidas;
Particularmente, a curvatura lombar foi o segmento corporal com maior comprometimento:

  • 62% leve aumento da curvatura lombar;
  • 18% um acentuado aumento da curvatura lombar.
Obs.:A hiperlordose e as suas conseqüências são muito encontradas nos esportes com movimentos e exercícios que tendem a forçar uma posição de arqueamento da coluna dorsolombar e, neste sentido, a hiperlordose desenvolve-se como um resultado de várias repetições de um movimento no treinamento. 

Fez-se a análise pela vista posterior e se pode observar que:

  • 78% desnível dos ombros;
  • 58% quadris desnivelados.
 Fez-se a análise pela vista anterior e se pode observar que:

  • 52% pronação do tornozelo;
  • 46% joelhos varos.
Encerrando a análise das alterações posturais, os resultados nas três vistas:

Dos 50 sujeitos avaliados nas três vistas, apresentam:

  • 80% curvatura lombar alterada;
  • 78% com desnível de ombros;
  • 72% com inclinação do tronco para trás.
Padrão postural da bailarina clássica:

A avaliação postural realizada nas três vistas (lateral, posterior e anterior) revelou que os segmentos mais afetados foram:

  • VISTA LATERAL: 80% desvio lordose na coluna vertebral;
  • VISTA POSTERIOR: 78% ombros em desnível;
  • VISTA ANTERIOR: 64% tornozelos pronados.
No que diz respeito à coluna vertebral :

  • 80% das bailarinas apresentam hiperlordose lombar;
  • 72% tronco inclinado para trás;
  • 62% cifose cervical.
Associação do tempo de prática com alterações posturais:

Analisando os resultados, verifica-se que não houve associação significativa entre o tempo de prática e o número de alterações posturais. Admite-se que estes resultados devam-se ao fato de que as bailarinas frequentam diferentes academias com metodologias distintas; cada uma possui individualidade biológica, reagindo de maneiras diferentes à sobrecarga de treinamento e, principalmente, que não houve uma estratificação amostral equilibrada para realizar avaliação postural em grupos de pouco, médio e muito tempo de prática, pois muitas das bailarinas convidadas a fazer a avaliação não compareceram.

CONCLUSÕES:
 
  •  A avaliação postural realizada nas três vistas revelou que as alterações posturais mais incidentes na vista lateral foram a hiperlordose, tronco inclinado para trás e pernas hiperestendidas; na vista posterior, os ombros e quadris desnivelados; e, na vista anterior, os tornozelos pronados e joelhos varos.
  • A prática do ballet clássico parece ter implicações negativas no desenvolvimento postural das bailarinas, tendo efeito mais evidente na coluna vertebral (hiperlordose), tronco (ombros desnivelados) e pés (pronados).
 
  •  O tempo de prática não serviu como referencial para indicar o aumento no número de alterações posturais e assimetrias nas circunferências de membros inferiores.



Ciclo de palestras

 
No dia 23 de Maio de 2014 na universidade federal do pampa, campus Uruguaiana foi realizado uma palestra sobre: "influência da sensibilidade plantar sobre a pressão plantar" ministrada pelo palestrante Álvaro Machado.
A universidade dispõe do grupo de pesquisa GNAP (Grupo de pesquisa em neuromecânica aplicada), que realiza toda sexta-feira as 16:00 palestras relacionadas a biomecânica com assuntos diversos.
Nesta última sexta-feira (23/05) o assunto em questão da palestra (influência da sensibilidade plantar sobre a pressão plantar) teve o foco principal em idosos.

Anotações:

ENVELHECIMENTO:
  • Degeneração progressiva do SNC e SNP.
  • Menor mobilidade diária <-> menor massa muscular.
  •  Menor controle motor.
  • Menor estabilidade estática e dinâmica.
Sarcopenia:  Perda de massa muscular resultando o declínio da performance física.

SENSIBILIDADE PLANTAR:
(sensação de toque na planta do pé)

- Perda da sensibilidade plantar:
  • Mudança na composição epitelial plantar;
  • AVE;
  • Neuropatia diábetica;
  • Neuropatia alcoolica;
  • Lesão nervosa periférica.
(sensibilidade contribui no controle de postura)
  PRESSÃO PLANTAR:
(variável para descrever a interação entre a planta do pé e o solo)

  • Pico de pressão: Valor máximo de pressão;
  • Pressão média: Valor médio de pressão observando sobre um ponto ou região de interesse;
  • Centro de pressão (COP):  É o ponto onde age a resultante da força de reação do solo.

Qual a finalidade do blog?

A finalidade desse blog é para servir de portfólio de biomecânica da acadêmica do curso de licenciatura em educação física, campus Uruguaiana-Unipampa ARIADNA RAMOS BOLDORI, do componente curricular BIOMECÂNICA.
Aqui serão postados conteúdos referentes a experiências adquiridas ao longo do 3º semestre sobre a biomecânica como: palestras diversas dentro da biomecânica, estudos dirigidos, artigos relacionados ao assunto, ...